RENÚNCIA PLENA🍀

      A questão da renúncia aos bens materiais é de muita relevância no comportamento da criatura humana.

      Sem ela a vida se torna insuportável, gerando apegos que se transformam em elos de escravidão, jungindo o ser a coisas de valor transitório incapazes de proporcionar plenitude, estado de paz interior.

      Por sua vez, o apego às posses, sob disfarce da necessidade de segurança, é dos mais temíveis adversários do indivíduo, porque responde pelo medo da perda, pela sistemática desconfiança em relação aos amigos e conhecidos, por fim, pela insatisfação que sempre se instala em quem possui, atormentado pelo desejo infrene de ampliar os recursos.

      A renúncia impõe-se como medida saudável de equilíbrio, responsável pela preparação do Espírito para o momento da libertação do corpo.

      O hábito de renunciar às coisas materiais leva o candidato à necessidade do autoburilamento, da renovação moral, liberando-se das paixões e emoções perturbadoras, a fim de conseguir a própria iluminação, sem a qual os objetivos superiores da vida ficam defraudados.

      De certo modo, o treinamento para a renúncia das posses terrenas predispõe a mudanças de atitude moral entre as pessoas e a vida.

      Há quem facilmente se desprende de determinados objetos, adotando a generosidade no intercâmbio fraternal, mas tem terrível dificuldade de ceder, quando se trata de valores apaixonantes, caprichos, pontos de vista, orgulho...

      Pessoas bondosas sob um aspecto, às vezes, surpreendem pelo rigor do temperamento que não desculpa, não esquece ofensas, mantém ressentimentos, cultiva o ódio, anela por desforço... 

      O hábito de quebrar cadeias materiais proporciona a saudável oportunidade de renunciar aos propósitos malsãos, inferiores, que denotam dureza de coração, primarismo evolutivo.

      Fascinado por Jesus, um jovem rico propôs-se segui-lO.

      O Mestre, que o conhecia, impôs-lhe ser necessário que ele vendesse tudo quanto possuía, distribuísse o resultado com os pobres, após o que poderia acompanha-lO.

      Reflexionando, o moço deu-se conta de que tal esforço não lhe era demasiado. No entanto, recordou-se da sua posição social, dos compromissos assumidos, das injunções em que se encontrava e afastou-se desanimado...

      Treina a renúncia total, iniciando-a com as coisas de pequena monta.

      Libera-te de alguma posse; transfere recursos que te sobram; doa excessos e te habilitarás a ofertar também o necessário, preparando-te para renúncia a ti mesmo, responsável pela tua libertação de tudo e de todos.

      A renúncia plena começa no gesto pequeno da oferta e do desprendimento aos bens do mundo, a fim de alcançar a doação total.

     
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JOANNA DE ÂNGELIS
LIVRO: Momentos de Iluminação
MÉDIUM: DIVALDO PEREIRA FRANCO