FICAR ALERTA PARA O CONVITE DO DESPERTAR

Na epístola de Paulo aos Efésios, capítulo 5, versículo 14, lemos: Desperta, ó tu que dormes, levanta-te dentre os mortos e o Cristo te esclarecerá.

A quem se dirigirá o Apóstolo?

Quem são os que dormem?

Observando a grande massa que se afirma religiosa, a caminhar como se sonâmbula fosse, simplesmente conduzida, podemos entender que as palavras de Paulo de Tarso se referem ao homem que vive na Terra.

A esse homem que ouve e fala em Deus, em fé e espiritualidade, mas respira a estranha atmosfera de um pesadelo.

O homem que, apesar de ouvir os ensinos do Cristo, acusa dificuldades no seu entendimento e na sua aplicação.

A criatura que se encanta com a poesia das letras do Evangelho mas depressa as relega ao esquecimento.

É que o coração e a mente não cedem ao convite. Incapazes de analisar, portanto de compreender, dormem amortecidos.

Os estudiosos que se referem à questão da consciência no homem afirmam que ele passa a maior parte de sua vida em estado de sono.

Nesse estado, ele vive no mundo qual um robô, conforme as regras que lhe são impostas. Convenhamos, nem sempre equilibradas.

Em todos os tempos o

Nos Evangelhos de Lucas e de Mateus encontramos as advertências de Jesus: Por que estais dormindo? Levantai-vos e orai, para que não entreis em tentação.

E: Então, nem uma hora pudestes velar comigo?

A ideia de despertamento não é, portanto, novidade.

Conta-se que, certo dia, perguntaram a Buda: O senhor é Deus? E ele respondeu: Não.

Então, é um anjo, afirmaram. Ele voltou a esclarecer: Também não.

E por que é tão nobre, tão puro e fulgurante? Indagaram.

Calmamente ele disse:* Porque estou desperto.

Despertar é começar a pensar em si mesmo, o que faz, o que deseja, quais os propósitos que almeja atender em sua vida e a que finalidades se destinam.

É urgente, assim, examinar-se e realizar o esforço pessoal para se levantar do estado em que se encontra, permitindo-se plenificar pela luz que emana do Cristo

Dentre os seres que podemos citar que despertaram em plenitude se encontram Sócrates, o filósofo grego; Francisco e Clara de Assis; o Apóstolo Paulo de Tarso; Allan Kardec.

Nos Evangelhos também encontramos exemplos de criaturas que tiveram dificuldades em acordar plenamente, a princípio, conseguindo-o na sequência: Nicodemos, os Apóstolos Tomé e Tiago.

A Doutrina Espírita propõe o despertar em totalidade ao nos convidar à transformação moral, que é um processo libertador.

Com base no cap. 68 do livro Pão nosso - Chico Xavier