História

ACADEMIA MONTES-CLARENSE DE LETRAS - 50 ANOS -

Wanderlino Arruda

A fundação da Academia Montes-clarense de Letras aconteceu em uma agradável tarde de 13 de setembro de 1966, em reunião convocada para acontecer no primeiro pavimento do Sobradão da Rua Coronel Celestino - em uma sala da Faculdade de Direito. A iniciativa foi do doutor Alfredo Marques Vianna de Goes, presidente da Academia Municipalista de Letras de Minas Gerais, que havia chegado a Montes Claros justamente para colocar em prática a ideia de criar aqui uma instituição literária com maior amplitude, a exemplo de outras existentes em Belo Horizonte. Sempre apaixonado por Montes Claros, pois aqui nascido em 1908, Vianna de Goes valeu-se do prestígio acadêmico e sentiu-se vitorioso pela presença de excelentes companheiros das lides de escrita e de publicações, um vistoso elenco de intelectuais montes-clarenses: professor José Raimundo Neto, dr. Antônio Augusto Veloso, dra. Maria Ribeiro Pires, dr. João Valle Maurício, dr. Hermes Augusto de Paula, padre Joaquim Cesário dos Santos Macedo, dra. Heloísa Neto de Castro, professora Dulce Sarmento, dr. Hélio Oscar Vale Moreira, dr. Avay Miranda, dr. Geraldo Avelar, dr. Francisco José Pereira e cronista Orlando Ferreira Lima. Um alinhado grupo, realmente importante nas publicações em livros e na imprensa, na oratória, no magistério, na política, em instituições sociais e de cultura, o melhor em disponibilidade naquele momento e que, naturalmente, pôde atender ao convite para o encontro. Ao todo, treze, que no final da reunião, foram considerados – ou se consideraram os fundadores.
Tudo discutido, muitos detalhes aprovados, lista de presenças assinada, foram indicados para a tarefa de organização o professor José Raimundo Neto, o dr. Antônio Augusto Veloso e o dr. João Valle Maurício. Realizada a eleição para a nova diretoria, assumiu a presidência o dr. Antônio Augusto Veloso. O local para as reuniões e assembleias ficou para ser discutido na primeira oportunidade, provavelmente uma sala do Conservatório de Música Lorenzo Fernandez, ou mesmo uma sala da Fafil ou da Fadir, antigo e tradicional centro de cultura da parte histórica de Montes Claros.

Pouco dias depois – 26 de setembro – constou da pauta a discussão e aprovação dos Estatutos e do Regimento Interno, estabelecendo em trinta o limite de cadeiras. Quanto aos Patronos, também em número de trinta, a ideia foi de que seriam os próprios acadêmicos, uma forma mais direta de se tornarem imortais. Claro que um bom assunto para ser estudado com mais calma.

Quatro dias antes do final de 1966, foram empossados as professoras Yvonne de Oliveira Silveira e Sylvia dos Anjos Correia Machado, o escritor Olyntho da Silveira, o vereador Cândido Canela e o advogado José Prudêncio de Macedo. Reunião solene com autoridades e convidados, foi mais do que brilhante a saudação aos novos imortais feita pelo padre Joaquim Cesário dos Santos Macedo, notável poeta e orador, com agradecimento pela nova imortal Yvonne de Oliveira Silveira. O presidente Antônio Augusto Veloso leu os nomes dos dezoito confrades e confreiras, anunciou as doze vagas para novas admissões e comemorou a reeleição do dr. Alfredo Marques Vianna de Goes na presidência Academia Municipalista de Letras de Minas Gerais. Nada mais houve a tratar, além do coquetel e da noite festiva.